Não crescemos dentro do seu ventre e nem somos amamentados por ele, mas através do seu amor, ganhamos força e somos animados pela sua presença.
Exercício de coragem e de entrega, imagino que se tornar pai é se jogar no desconhecido, aprender pela sutileza, animar a anima para temperar com o animus.
Se tornar pai é ver no filho o espelho de si mesmo e se redescobrir a cada sorriso, a cada choro, a cada tombo, a cada aniversário.
Tornar-se pai é um privilégio do cotidiano da vida, através do qual descobre-se que se pode mais, que há dentro de si uma força imensa para proteger, lutar e seguir adiante.
Tornar-se pai é se encontrar nas próprias fraquezas para delas transmutar em força, sabedoria e amor.
Tornar-se pai é se transformar em amigo, companheiro de futebol ou de qualquer outro assunto que só se conversa com o filho.
Tornar-se pai é enfrentar o desafio de não esquecer-se de que se é filho e dessa lembrança encontrar a leveza, mas também saber a hora certa de chamar a atenção e corrigir os erros do caminho.
Ser filho é desfrutar dessa transformação, descobrir-se junto com aquele que também se reconhece através do caminho mais sublime do amor.